terça-feira, 18 de novembro de 2008

O futuro da comida



Expandindo o conceito de que você é o que você come, eu a-m-e-i a simplicidade com que este filminho do Ministério da Agricultura do Japão explica a intrincada idéia de que a humanidade é o que a humanidade come. Ou seja, os hábitos alimentares de uma sociedade influenciam diretamente na paisagem social-política-econômica e, sobretudo, ambiental circundante!

O roteiro é um apelo para que o cidadão japonês, enquanto elemento de uma nação que importa a maior parte da comida que consome, se torne consciente do impacto que seus hábitos alimentares (que mudaram drasticamente com o advento da globalização) causam tanto no micro como no macro ambiente. Além disso, fatores externos (como emergências climáticas, exaustão do solo de cultivo, crescimento populacional mundial, etc) combinados à hábitos pessoais aceleram a bomba relógio que a humanidade, terrorista de si mesma, atou à expectativa de vida do planeta.

Claro que o roteiro não é assim tão apocalíptico quanto meu texto. Imagino que o ministério da agricultura japonês não possa ser tão dramático e alarmista quanto uma anônima pessoa cujo blog não é lido/comentado por ninguém e que conta com a soma surpreendente de 1 (um) seguidor(es)!!! (Valeu, mãe.)

Enfim, crises de ego à parte, o filminho desdobra todo o panomarama desde a mesa do jantar até a crise global de alimentos para alertar sobre a urgência de voltar aos velhos hábitos, consumir produtos regionais e assim salvar o planeta. Eu nunca gostei da visão positivista que quer fazer acreditar que os indíviduos são engrenagens de uma máquina... e muito embora, a estética do vídeo pareça adotar uma narrativa mecanicista, ele não comete esse pecado.

Talvez o ritmo fordiano da edição não me pareça antipático aqui porque o objetivo não é de exploração, ao contrário, é sim de preservação! E coloca o individuo como ponto de partida para cada mínima e necessária transformação. Como naquela metáfora da lagarta que se transforma em borboleta, cujo bater de asas é capaz de alterar o curso de um furacão.

2 comentários:

  1. Realmente, esse texto merece ser comentado por pessoas altamente gabaritadas em ecomia domestica como eu. Com esse filminho japoronga devemos traduzir e trocar o japao pelo brasil trocando também a relacao de importador e exportador de comida o que, no nosso caso, aumenta o erro e a vergonha oriunda do reconhecimento que jogamos fora porque temos muito "E" também estamos "Americanizando" nossos hábitos alimentares. Parabéns, Erica, pela escolha do tema e do pequenino clipezinho tão bem feito pela nação dos olhos puxados!

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  2. Obrigada pelo comentario Edu! É verdade, é importante trocar o cenário do Japão pelo Brasil. Mas não só nos americanizamos, tb nos "niponificamos"... outro dia estava vendo em algum lugar que essa mania de comer japonês era um hábito adquirido para suprir a necessidade do status de ser uma pessoa globalizada... que contribui e atua numa sociedade global. Não importa os custos e impacto ambiental que isso provoque.... mas tem gente que está mudando. Tem gente, como restaurantes e supermercados, que só compram alimentos de produtores regionais e só oferecem produtos da época em seus cardápios. Como administrador de economia doméstica, você pode pesquisar e começar a consumir coisas somente desses lugares. Aliás todos nós. Beijo.

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