quarta-feira, 29 de abril de 2009

Flores em você


Imagine um homem sensível o suficiente para ouvir o que as flores tinham a dizer e corajoso o suficiente para enfrentar a estreita visão de sua época e divulgar a Verdade do que ouvira...

Imagine um homem que do alto de seus 43 anos, renunciou a tudo o que tinha "construído" até então para viver nesta poética casa inglesa da foto e estabelecer um revolucionário sistema de cura baseado na empatia com a natureza...

É possível que, para muitos, o médico Edward Bach seja apenas um louco que até hoje não tem a mínima relevância no campo da medicina! E parece que temos que concordar, que do modo como a medicina é encarada nos dias atuais é extremamente difícil que a filosofia do Dr. Bach possa encontrar espaço entre tantas práticas radicais e extremas de que muitos lançam mão ao tentar se convencer de que estão cuidando da Saúde.

O próprio conceito "bachiano" de saúde é muito diverso do que estamos habituados a vivenciar até mesmo em nossos próprios discursos e atitudes. E lendo suas palavras (as do Bach) acredito cada vez mais que seja urgentemente saudável despertar para a sensatez de uma consciência pura e verdadeiramente iluminada. Creio que saúde seja tanto uma premissa quanto um presente para quem empreende a busca por esta consciência.

Não acho que tenha mais muito o que escrever a não ser publicar aqui uma coleção de grifos extraídos dos textos do próprio Dr. Bach. :

"A doença serve para nos fazer parar de praticar ações erradas; é o método mais eficaz para harmonizar nossa personalidade com nossa alma. Se não fosse a dor como poderíamos saber que a crueldade fere? ... Na verdade, deveríamos aprender nossas lições no plano mental, salvando-nos do sofrimento físico, mas muitos de nós nao o conseguem. Embora possa parecer cruel de nosso ponto de vista estreito, é na realidade de natureza benéfica. "

"Pudessémos ouvir a voz no nosso Eu Espiritual, vivêssemos nós em harmonia com nossa alma, nenhuma lição severa seria necessária e estaríamos livres de doenças."

"Por exemplo: um paciente tem dor porque há crueldade em sua natureza. Ele pode suprimir tal qualidade dizendo-se constantemente ' eu não serei mais cruel', mas isso significa uma longa e árdua batalha e, se ele conseguir eliminar a crueldade, haverá uma lacuna, um vazio. Esse paciente pode, por outro lado, se concentrar no lado positivo para desenvolver a simpatia e, ao inundar sua natureza com essa virtude, substituir a crueldade por ela sem qualquer esforço tornando seu retorno impossível."


Segundo Bach pôde intuir nem a doença nem a cura pertencem ao âmbito material apenas, a doença é a manifestação física de algo que já ocorria em outro plano.

"A doença do corpo como a conhecemos é um resultado, um produto final, um estágio final de algo muito mais profundo (...) A doença nada mais é do que uma correção; não há nela nada vingativo ou cruel (...) Sempre que cometemos um erro, ele re-age sobre nós, trazendo-nos infelicidade, desconforto ou sofrimento, de acordo com o erro cometido. Seu objetivo é nos ensinar, nos mostrar o efeito prejudicial de nossa ação ou pensamento errado e, ao produzir em nós mesmos resultados semelhantes, nos mostra como tal pensamento ou tal ação pode prejudicar os outros, sendo contrários à Grande Lei do Amor e da Unidade."


"Possivelmente a maior lição de vida a ser aprendida é a liberdade: liberdade com relação às circunstâncias, ao ambiente, a outras personalidades e, para muitos de nós, liberdade em relação a nós mesmos pois, até que sejamos livres, somos incapazes de dar e servir aos nossos irmãos de maneira completa."

Ordem do dia: tentar entender e aplicar estes conceitos no caso da terrível e alarmante gripe suína que assusta o mundo.

+ você pode acessar os textos quase na íntegra procurando por "Terapia Floral - Edward Bach " no Google Books.

segunda-feira, 27 de abril de 2009

O livro


Está certo. Este não é um blog que conta peripécias pessoais desimportantes, mas amei esse teste e vou abrir um parentêse para a cultura inútil, afinal a idiossincrasia é uma constante no panorama atual e bah! o blog é meu e posso fazer do jeito que eu quiser!

Que livro você é? é um teste desenvolvido por Cynthia Costa e Juliana Bernardino. Descubra clicando bem aqui. Acho que certas pessoas que trabalham em bibliotecas ou vivem rodeadas de livros e acompanham este blog também vão adorar fazer uma auto análise à partir da literatura brasileira!

O meu resultado me deixou surpresa! Levantou o astral do dia mezzo claro mezzo escuro que fez hoje. Que bom saber que não sou nenhum livro do Paulo Coelho!!!

"A paixão segundo GH",
de Clarice Lispector


Você é daqueles sujeitos profundos. Não que se acham profundos – profundos mesmo. Devido às maquinações constantes da sua cabecinha, ao longo do tempo você acumulou milhões de questionamentos. Hoje, em segundos, você é capaz de reconsiderar toda a sua existência. A visão de um objeto ou uma fala inocente de alguém às vezes desencadeiam viagens dilacerantes aos cantos mais obscuros de sua alma. Em geral, essa tendência introspectiva não faz de você uma pessoa fácil de se conviver.
Aliás, você desperta até medo em algumas pessoas.
Outras simplesmente não o conseguem entender.


Assim é também "A paixão segundo GH", obra-prima de Clarice Lispector amada-idolatrada por leitores intelectuais e existencialistas, mas, sejamos sinceros, que assusta a maioria.
Essa possível repulsa, porém, nunca anulará um milésimo de sua força literária.
O mesmo vale para você: agrada a poucos, mas tem uma força única.


E você? Que livro você é?! Não precisam ficar com medo de me dizer, viu...

quarta-feira, 22 de abril de 2009

Nostalgia



* Pena que cortaram a musica da raposa! mas vc pode ouvi-la aqui

Porque dá saudade de um mundo onde o tempo corre em um ritmo diverso.

Onde cativar alguém é parte de um processo de construção de confiança e que, invariavelmentem, incorre em responsabilidade para com o outro.

Imagino que é porque as relações interpessoais hoje são fundamentadas na mesma filosofia do fast-food que o ego perde os limites expandindo-se por sobre quem esteja no caminho. Não é preciso que se importe com mais ninguém, a não ser consigo mesmo...

Mas tudo isso é o óbvio... não vale a pena escrever demais... Afinal, só se vê bem com o coração: o essencial é invisível aos olhos.

sábado, 18 de abril de 2009

Ouro Nero


"- Meu caro Sr. Francis, quem acha que realmente governa uma nação? Os governantes aparentes ou os verdadeiros, os que ficam nos bastidores, manipulando as finanças da nação, em benefício próprio? O Sr. Lincoln é tão impotente quanto nós dois. É um homem infortunado que só pode oferecer slogans a seu povo . E aparentemente o povo só deseja mesmo slogans."

A citação acima pertence à novela Os Capitães e os Reis, publicada em 76 de autoria da escritora anglo-americana Taylor Caldwell (de quem, diga-se de passagem, minha mãe é fã de carteirinha)... Enfim, se não fosse pela minha mãe provavelmente esse post não existiria... Ainda não estou nem no meio deste livro de quase 800 páginas, muitas das quais a autora preenche com descrições tão detalhadas e prolixas que fariam com que eu deixasse de lado a leitura, não fosse o instigante contexto em que o enredo se desenrola. É quase como um Zeitgeist, só que sem a abordagem publicitária e apocalíptica e mais com cara de novelão mesmo.

A trama se passa nos States pré e pós guerra da Secessão (não sei até quando, pois ainda estou na página 284 e falta muito mesmo para o final). Ao longo do enredo principal, a autora nos conta de que forma uma elite composta de investidores e industriais oriundos das mais tradicionais famílias, sabotam governos de todo o globo promovendo guerras e tomando o controle dos países envolvidos nelas através da manipulação das dívidas geradas, no que para eles (a elite conspiratória) não passam de meros quiprocós que mantêm sua estabilidade e poder.

Não vou me alongar nesse papo de teoria da conspiração, mas achei relevante linkar a citação do primeiro parágrafo deste post com a linda campanha com efeito de cores posterizadas que ajudou a eleger Barack Obama e todo o sentimento promissor que veio com sua posse e uma manchete que me chamou a atenção dias atrás dizendo que o presidente americano enviaria mais soldados e mais grana ao Afeganistão... vale comentar que na novela de Caldwell, o petróleo é um elemento significativo do pano de fundo.

Anyway, seja como for... vou fechar com mais um trecho do livro:

"- Não devemos abominar totalmente a hipocrisia. Sem ela, não teríamos civilização, os homens não poderiam viver juntos por mais de uma hora, sem se matarem. Há outras palavras para descrever a mesma coisa, como gentileza, tolerância, consideração pelo próximo, autocontrole. Vou mais longe, dizendo que, sem a hipocrisia, não teríamos igrejas nem sequer religiões.

Uma inquietação indefinida dominou Joseph totalmente.
Reconhecia na argumentação um sofisma, mas não sabia
como contestá-lo sem parecer um tolo pueril.
"


Essa mesma inquietação deve invadir muitos de nós quando paramos um pouco a roda viva do acelerado caótico do cotidiano e começamos a observar com olhar um pouco mais crítico as coisas ao redor... Quantos sofismas engolimos apenas por temer soar como tolos pueris em uma sociedade, que apesar de apologizar a tolice e pueridade (chamando-as de outros nomes enquanto ridiculariza o que deveria ser considerado) não aceita a "tolice" pura, clara e simples da Verdade?

Concluindo... tavez devêssemos compartilhar o horror que Fernando Pessoa um dia cantou:

Fiz de mim o que não soube
E o que podia fazer de mim não o fiz.
O dominó que vesti era errado.
Conheceram-me logo por quem não era e não desmenti, e perdi-me.
Quando quis tirar a máscara,
Estava pegada à cara.
Quando a tirei e me vi ao espelho,

...


Já era tarde demais!!!


terça-feira, 14 de abril de 2009

Viktor finds the meaning...

An advice to sink in slowly poster. By Jane Lauri.

Fiz amigos na blogosphera!!! Amei conhecer as good news da Isabella Lychowski... Ela coleciona histórias, textos, poemas e opiniões que fazem a gente crer que tem muita gente que ainda compartilha o ideal de ver o mundo mais bonito.

Enfim, através da Bella eu descobri esse simpático velhinho de quem nunca antes tinha ouvido falar (que ignorância)... O psiquiatra austríaco Viktor Frankl, que sobreviveu aos campos de concentração da 2ª Guerra, descobriu que para sobreviver às piores condições era necessário se conscientizar de que a vida abarca um sentido.

A coletânea de textos no Good News conta toda a biografia dele, e para resumir (e obrigar os leitores deste post a ler o blog da Bella) gostaria de comentar o contraponto que Frankl apresenta às teorias freudianas que deram o tom do comportamento cultural de toda uma época.

Viktor diz: "No nosso tempo, já não é o sexo que é reprimido, mas o que é espiritual e religioso. Daí, a falta de sentido, de orientação, e, consequentemente, o tédio e o vazio". Achei isso incrivel, pois observo que isto é realmente o que se passa nos dias de hoje.

É como quando a mãe ou vó da gente diz: Você devia frequentar uma igreja... se apegar com Deus... e damos de ombros pensando talvez na hipocrisia de todas as religiões, ou na hipocrisia de seus fiéis, pensando em onde está Deus no meio do caos que o mundo se tornou... Damos de ombros porque afinal não somos mais crianças para acreditar em fantasias confortáveis sobre o Além e sobre conceitos tão intangíveis quanto a espiritualidade. Dizemos: essa mulher está maluca! coitadinha, me empurrando suas crenças fantásticas sobre Deus e religião quando tudo o que existe neste mundo é só o que podemos ver e a ciência pode provar!

Enfim, este paragráfo mostra toda a repressão que existe em torno do espiritual e desta forma, confirma a teoria de Frankl! Mas, por outro lado, também expõe a visão tão limitada que a humanidade construiu acerca de Deus e das religiões. Isso significa que, dado o panorama, os conselhos das familiares maternas de duas gerações são realmente simplórios... Frequentar uma igreja não traz sentido à vida de ninguém... o que traz sentido é uma pura e cristalina convicção na Verdade, e esta convicção é intrínseca ao conceito de liberdade...

Circula na net uma imagem que diz: "Amanhã fico triste... amanhã! Hoje não... hoje fico alegre!E todos os dias por mais amargos que sejam, eu digo: amanhã fico triste, hoje não!". Se essa frase realmente foi encontrada nas paredes de um dormitório infantil em um campo de extermínio nazista, então Viktor teve companheiros em sua determinação em manter a integridade da alma à despeito do que seu corpo sofreria...

Não creio que Frankl defendia os fanáticos religiosos, mas sim aqueles que pudessem confiar que o universo abrange muito mais do que o plano terreno onde habitamos e que pudesse buscar por si os pilares de um caminho reto onde seguir em segurança e tornar-se, o que imagino que Nietzsche queria dizer com o conceito de Übermensch. (Notem que falo o que imagino que ele queria dizer e não a forma como foi interpretado. É preciso colocar algumas ressalvas no texto do link para compreendê-lo corretamente). Ou para simplificar, atingir o dharma! Mesma história, versões diferentes.

Para não tornar o texto viajético demais: Se para Freud a motivação essencial do ser humano era o prazer, para Frankl é a busca de sentido que faz o homem percorrer os caminhos que percorre. E basta observar um pouquinho que percebemos que esta busca não pode ser satisfeita no nível material apenas... O que acontece é que tornamos a vida tão complicada, cheia de tantas necessidades inúteis, que não sobra tempo nem espírito para nos preocuparmos com o que é realmente importante.

Desconfio que Frankl, se ainda vivesse, ia pregar uma vida simples que fizesse sentido para o indíviduo em questão e não que buscasse fazer sentido para a sociedade que o cerca. E a isso não pode estar associado nenhum egoísmo, pois quando se busca com afinco um sentido que o preencha com plenitude só se pode encontrar o Amor... E o verdadeiro sentido deste conceito, contempla a si da mesma forma que contempla o outro em harmônica e profunda simbiose.

Você pode ler mais sobre ele aqui .