terça-feira, 30 de dezembro de 2008

Um jeito Pollyanna de ser...



Neste fim de 2008, ouvimos muito de crise e de como tudo será cada vez mais difícil de agora em diante... Acho triste começar o ano de 2009 vibrando em negatividade. Tem uma citação que diz: "Procure o mal na humanidade esperando encontrá-lo e você certamente achará". Parece que este é o tema no qual a passagem de ano vai estar mergulhada.

Mas eu proponho substituir a palavra "mal" da citação por outra: "Procure o bem na humanidade esperando encontrá-lo e você certamente achará!". Eu proponho começar 2009 com menos críticas e apontar de dedos e mais solidariedade e compaixão.

A teoria é a seguinte, se construímos uma história humana tão feia e sórdida até hoje por constantemente reafirmar palavras/pensamentos/atitudes condenáveis será que não conseguimos construir um futuro melhor se passarmos a afirmar mais amiúde palavras/pensamentos/atitudes mais elevados? mais ideais?

Essa é a premissa da iniciativa Imagens e Vozes da Esperança, que procura convencer profissionais de mídia a atuar como agentes de benefício para a sociedade. Alimentar a mídia de imagens e notícias ruins é o mesmo que alimentar o movimento da engrenagem no sentido errado, o que produz somente mais coisas ruins e feias! Há que se concordar que este "fim dos tempos" nada mais será do que a consciência de que a engrenagem precisa começar a girar no sentido contrário e para tanto, a máquina vai parar, vai soltar um terrível grunhido e vai fazer voar muitos parafusos pelo ar... e aí, quando parecer que quebrou de vez, vai começar a rodar no sentido certo...

Não quero plantar uma esperança ingênua... sei que veremos o impublicável. Assistiremos e participaremos de um futuro que não queremos. Que queremos achar que não merecemos. Mas é necessário confiar que julgamentos amargos são, na verdade, bençãos disfarçadas (como Oscar Wilde bem disse um dia).

Então eu acho que a premissa da IVE não se aplica somente aos profissionais de mídia, mas a todo e qualquer ser humano. É como quando Frodo se queixa de que não gostaria de estar naquela situação em que se encontravam e Gandalf diz "Assim como todos que vivem para ver tempos assim, mas não cabe a eles decidir. Tudo o que temos que decidir é o que faremos com o tempo que nos foi concedido". Se temos que decidir o que fazer com nosso tempo sugiro que a alegria seja um guia na busca desta resposta. A alegria de viver será muito mais útil do que a eterna disposição humana por criticar, se entristecer e se desesperar, por culpar, julgar e condenar qualquer um e nunca a si próprio. É por isso que me refiro à menina Pollyanna e a esta linda canção do Nat King Cole: Sorria quando seu coração estiver dolorido. Sorria mesmo se ele tiver se partido... Sorria, e talvez amanhã o sol brilhe para você!

sexta-feira, 26 de dezembro de 2008

O mundo em branco

Clique na imagem para ver em tamanho ampliado.

Passada a loucura do Natal (aliás, li as mais fabulosas crônicas do Rubem Alves à respeito disso... ele é mesmo lindo!!!) eis que eu me lembro que tenho um blog para cuidar!!! Mas a verdade é que ultimamente não tenho me sentido muito inclinada a escrever ou articular sobre nada. Não que falte assunto... mas sentia uma enorme vontade de calar! Calar a boca (ou os dedos) e ouvir o coração... Talvez porque esta seja (ou deveria ser) uma época de amor...

Enfim, estou até reticente e cheia de parênteses (como podem perceber) ...

Anyway, eu tinha guardado para a ocasião do ano novo, a mais poética tirinha do Calvin (meu garoto fictício predileto, ao lado do Petit Nicolas) e não podia deixar de postá-la!!! Parece que é a última tira que o Bill Watterson publicou e, fora o fato de ele ter marcado o fim como sendo a possibilidade de novos começos (o que por si já justifica eu querer postar isso aqui no Kalyug) até o Calvin está imbuído de uma nova postura! Sem sua adorável e costumeira rabugice ele também é um menino novo em um mundo novo. E o mais importante - da mesma forma que ele parece ter escolhido abandonar este traço, que por mais adorável que seja, não soa muito como uma virtude - ele decide não abandonar outra característica mais adorável ainda: sua imaginação de criança; que vê o Hobbes como um tigre de verdade e um velho companheiro e não apenas como um bicho de pelúcia.

Chamo atenção para isto porque muitas vezes ansiamos por novos começos e abandonamos o que temos de melhor acreditando que novos começos são apenas folhas em branco prontas para ser rabiscadas e não um mundo branco que guarda, por baixo de toda a neve, coisas antigas e fundamentais. E daí, quando o verão derrete toda a neve nos assustamos com o que esquecemos, e que tornou-se visível novamente, agora que a frescura da novidade não é mais tão recente.

O que tento dizer com isso é que possamos saber que cada novo começo esconde a bagagem de um antigo fim, e é nosso trabalho decidir sobre o que levaremos e o que deixaremos para trás.

Feliz Ano Novo para nós todos!!!

sexta-feira, 5 de dezembro de 2008

Vinicius, Mary Poppins e um tubo de ensaio

"Quanto mais rimos, mais nos enchemos de alegria.
Quanto maior a alegria, mais feliz o "nós" que nós somos!"

De proporções revolucionárias é a pesquisa publicada hoje pelo British Medical Journal, que afirma que a felicidade (ou infelicidade) é contagiosa e atinge quem está ao redor. Parafraseando a publicação: "A felicidade de uma pessoa depende da felicidade daqueles com quem a pessoa em questão está conectada."

Esta tese lança uma nova perspectiva para o conceito de felicidade, de saúde e de redes sociais. A partir dela a felicidade deverá ser encarada como saúde, como "fenômeno coletivo". O que implica que medidas políticas e sociais devem contemplar esta emoção.

Não admira que a pesquisa nasceu em Londres. Já ouvi dizer que por lá, a preocupação com o coletivo é premissa básica de políticas sociais. Um elemento doente afeta todo o conjunto. Na contramão, um elemento saudável deve ter o mesmo poder. A abordagem positiva da pesquisa também é revolucionária. Observar os aspectos positivos de determinada coisa já fundamenta a construção de uma realidade positiva.

Falar em Londres eu tenho a imagem perfeita disso: vocês que assistiram Mary Poppins vão se lembrar de quando ela vai visitar o tio e ele está voando pela sala de tanto rir, enquanto canta I love to laugh vai contagiando todos os que chegaram de visita e estes, logo quando começam a sorrir tornam-se leves e vão voando juntar-se ao"chá aéreo" do anfitrião.

É tão bom saber que podem provar cientificamente uma coisa que a intuição já diz faz tempo. Trazendo isto para a realidade do cotidiano, todos já sentimos isto. Por mais sutil que pareça, o humor de quem nos rodeia têm enorme influência no nosso próprio humor. Mas não sei se estou certa em definir felicidade como sendo humor... Eu encaro mais como decisão. Como escolha. Todos os dias você pode decidir se quer ser feliz ou não. Taí Vinicius, seus versos têm agora o crivo da ciência: É melhor ser alegre que ser triste!


segunda-feira, 1 de dezembro de 2008

Um tapa na cara

Estou tão estupidificada com a argúcia com que o filósofo e educador Mário Sérgio Cortella vê o panorama da atual realidade e todas as armadilhas que se interpõem incessantemente no caminho da humanidade, que é difícil escrever qualquer coisa a respeito (É mesmo um tapa bem no meio da cara da sociedade que estamos construindo dia após dia)

Por isso, vou colar o texto exato que recebi da fonte! (minha prima querida, que por sua vez recebeu de sua madrinha querida e resolveu compartilhar com todas as pessoas que lhe são... adivinhem... queridas!)

Porque dentre as várias conclusões que se pode tirar da palestra deste sábio, uma delas é o valor de se compartilhar a vida com pessoas queridas. Mas esta é apenas a mais superficial delas. Assistam e comprovem.

"ASS: Qual é o mundo que você está ajudando a construir?‏

Oi pessoas,

volta e meia me pego agradecendo a Deus pela família que tenho. Desta vez achei melhor compartilhar com as pessoas que quero bem o presente que recebi da minha madrinha.
Fui presenteada por ela com este video incrível, para aqueles que são pais, os que já foram e os que ainda serão. Parem por 30 minutos e ouçam o que este grande educador, MARIO SÉRGIO CORTELLA, está alertando."