sexta-feira, 14 de maio de 2010

MoM


Eis um post que bem poderia ter saído no dia das mães, mas whatthehack! Sincronia não tem sido a minha mais importante qualidade... Ser mãe, sim, eu acho que tem!!! Modéstias à parte, outro dia estava pensando sobre como a mãe que você é para o seu filho pode refletir no tipo de pai ou mãe que ele será pro filho dele um dia no futuro.

É uma responsabilidade e tanto. E, um mês depois, ainda reflete o tema do último post que fala sobre o filme "Life as a house". Este post aqui vai acabar sendo sobre um filme também. Assisti só trechos, mas valeram a pena. Riding in car with boys acompanha a trajetória (real) de Bev, cuja vida é drasticamente alterada quando se torna mãe aos 15 anos. Ela nutre o sonho de tornar-se escritora, mas o filho precoce e o desastroso casamento com o pai da criança, viciado em drogas vão adiando e impedindo os sonhos da protagonista. O que faz a história merecer ser contada em filme é que a determinação da tal Beverly a leva longe, a leva a se tornar o que tem de ser.

É óbvio que para isso, seu casamento se desfaz! Casais só dão certo quando crescem juntos. Mas o mais interessante de ver é como a relação dela com o filho vai sendo construída. Dos poucos trechos que assisti, achei marcante a discussão que eles têm, quando o filho já é adulto, para acertarem as contas a respeito de todos os engasgos que tiveram ao longo da vida. O filho sente-se culpado por ter sido obstáculo no desenvolvimento da mãe, sente-se culpado por não poder deixá-la pois foi por ele que ela tanto batalhou e ele a culpa por isso... enfim as clássicas discussões entre filho e mãe solteira. Passada a discussão, ela deixa claro que não estaria melhor sem o filho, que não foi ele o que deu errado na vida dela, foi ele quem a salvou!

Eu acho que filhos são mesmo capazes de fazerem isso com a gente. São capazes de fazerem com que queiramos ser pessoas melhores por eles. É claro que nem todos devem enxergar assim... como bem é retratado o pai do tal menino no filme. E aí fiquei pensando nas mães que têm depressão pós-parto, por exemplo... será que deve ser algum sentimento inconsciente muito aterrorizante de saber estar recebendo essa mágica e, de repente, perceber que talvez não terá coragem de usá-la! Há mães que ao invés de se melhorarem, corrompem os filhos ensinando-lhes conceitos baseados em um falso amor que deterministicamente, os fará serem maus pais? Pode soar cruel para alguns... mas o que quero dizer é que se não tivermos coragem para sermos melhores seres humanos quando temos uma pequena vida sob nossa responsabilidade, estamos desperdiçando uma chance enorme.

Um filho é quase como um microuniverso que podemos moldar, uma hora ou outra vão acabar sendo a expressão da visão de mundo que carregamos. São pequenas luzinhas iluminando os cantos escuros dentro de nós e fazendo com que nos questionemos... mas somente, se tivermos coragem!