A India é um país que vem apontando como promissora potência em campos tecnológicos antes reservados somente aos países ricos e soberanos. Daí que é legal e inspirador ver como seu povo (que semelhante ao povo brasileiro deve padecer com o sentimento de inferioridade) está lutando para recuperar o orgulho e a dignidade próprios.
Parece que em 2007, lançaram um reality show de cunho extremamente político chamado Lead India que pretende desvendar pessoas com potencial para liderar o país e mudar coisas sobre as quais todos até agora só reclamaram, ignoraram ou fizeram piada a respeito. Longe de ser um Big Brother engajado, a proposta pode soar tosca para quem já está de saco cheio de banalizações... só que, por outro lado, o voyerismo inerente aí faz com que ela soe surpreendemente democrática. Afinal, também estamos de saco cheio de falácias.
Anyway, a mensagem residual desse filminho (que achei de uma singeleza cativante) é a de que se todos parassem de praguejar a respeito do que está ruim e se posicionassem como agentes da mudança as coisas não teriam outro destino senão melhorar! Tá que o mote de que a união-faz-a-força seja um clichê... mas numa época de ado-ado-ado-cada-um-no-seu-quadrado, resgatar clichês pode ser relevante, pode ser inspirador, pode mudar a rota de quem até agora se movimentou apenas por inércia.
Falar em clichês, o protagonista só podia ser mesmo uma criança. Crianças não se enrijeceram com padrões previamente estabelecidos. Crianças são capazes de realizar coisas que os adultos julgam impossíveis. É por isso que o futuro são as crianças. E no entanto, pensar isso é continuar enrijecido; porque assim nos livramos da responsabilidade de fazer do futuro um lugar melhor.
Mais certo seria entender que para mudar alguma coisa temos que encontrar a criança que mora em nós, ou seja, temos que jogar fora o que acreditamos conhecer e saber e nos guiar pela intuição. Porque ela confia e se adapta às leis que regem o universo, porque sabe que não há outro modo de alcançar a harmonia e a evolução senão através da humildade de desempenhar o papel que lhe cabe e da responsabilidade de seus atos.
A trilha sonora reflete o mesmo conceito do roteiro e traduz uma mensagem bem clara e simples: Tenha orgulho da sua existência e das suas ações e nada será impossível. Eu até achei a letra original em hindi, urdu ou sânscrito (?!) do compositor Gulzar Saab e vou reproduzi-la abaixo para quem quiser gostar mais ainda do filmito!
TUM CHALO
Falak pakad ke utho, aur hawa pakad ke chalo 2x
Tum chalo, to hindustan chale 4x
[Lagao haath ke suraj subah nikala karein
Hatheliyon bhare dhoop aur uchhala karein ] 2x
Ufaq pe paav rakho, aur chalo akad ke chalo,
Falak pakad ke utho, aur hawa pakad ke chalo 2x
Tum chalo, to hindustan chale 4x
(que, em linhas gerais, significa: Segure o céu para que ele permaneça no alto e caminhe carregando o vento em suas mãos. Seja o corredor que segue em frente , porque quando você caminha, a India caminha com você. Use suas mãos para fazer o sol nascer pela manhã. Preencha suas mãos com os raios solares e os semeie ao seu redor. Mantenha suas pernas no horizonte e caminhe com orgulho, pois quando você caminha a India caminha com você.)
Conheci este vídeo neste ano e fiquei apaixonada. Buscando a tradução da música encontrei seu Blog. Parabéns. Como conseguiu a letra e a tradução? Como sabe que é confiável? Abraços, Jacqueline Morais
ResponderExcluirOi Jacqueline. É mesmo apaixonante, eu concordo. Desculpe mas acho que não me lembro mais onde achei a letra... com certeza foi buscando no Google! Geralmente uso palavras-chave em inglês nas minhas pesquisas. Então achei uma tradução do hindi para o inglês, daí traduzi do inglês para o português... Sobre ser confiável, acho que a coerência da letra e o sentimento despertado pelo filme/projeto bastaram para me convencer!!! Abraços para você também.
ResponderExcluirEsse vídeo é maravilhoso!!! Na vida acontece a mesma coisa. As pessoas ficam esperando que as outras tomem atidude em qualquer coisa que seja. Infelizmente! O ser humano não aprende, só quer ficar preso(a) em seu mundo indiviual.
ResponderExcluirE esse vídeo mostra que existem raras pessoas que são diferentes pelas suas atitudes.