sexta-feira, 4 de dezembro de 2009

A irradiação do amor

All you need is love! Love, love, love... Incontáveis os que já escreveram sobre o tema e fácil dizer que todos, indistintamente, precisam dele... Por que estou falando disso hoje? Não é porque estou apaixonada, certamente... Mas porque vem chegando essa época do ano, em que se pode sentir o que é o amor, não o sentimento melosinho de posse alheia, mas o amor universal que movimenta e mantém o universo inteiro.

Falar em posse alheia, comecei a observar que há aqueles que acreditam no amor e não sabem o que ele é. Por exemplo, dia desses na Rodoviaria do Tietê, uma mulher de origem bem simples ia andando abarrotada de malas e sacolas e uma pequenina caixinha que miava estridentemente pelos corredores. Eram 4 gatinhos espremidos dentro de uma caixinha minuscula de pardais... Se fossem pardais ja seria lastimável, imagine gatinhos...

Talvez se perguntasse, aquela senhora ia dizer que amava os bichinhos, por isso os levava consigo... Mas em sua ignorancia, ela que nunca observou o movimento do universo e da vida, não pode ser levada a sério, pois confunde amor com posse. Quem pode julga-la? É um pouco o que fala o profundo Dr. Bach em sua terapia floral. Querer ser dono, possuidor da vida alheia só pode trazer doença! Se nos sentimos compelidos a possuir alguém, a dominá-lo com nossa personalidade é porque, muito provavelmente, não sabemos ser livres com relação a nós mesmos. Isso tem a ver com desapego e com a consciência de que amar é servir ao próximo, sendo-lhe útil. Não falo de submissão e nem de ser falsamente humilde. Servir denota a idéia de fazer o outro feliz, agradar ao outro, mas também e,não raras vezes, somos úteis quando temos coragem de ser sinceros e saber dizer a verdade mesmo que doa. Quando temos coragem de viver a verdade, mesmo que doa.

Nesta época do ano em que a maioria está ocupada fazendo compras de natal, planejando viagens, jantares e comemorações, eu queria ficar bem quieta, olhando o estrelar do céu. Sentindo o que sutilmente ocorre sem que quase ninguem note: uma poderosa renovação de forças que é capaz de transformar quem deseja ser realmente trasformado.

Acho que foi nessa época do ano que Rilke escreveu essa frase tão poderosa que esse carinha que segue o blog postou em seu perfil de membro. Para quem nunca notou, a frase é assim: "Não há força no mundo exceto o amor, e, quando o carregamos em nós, simplesmente o temos, mesmo que fiquemos perplexos sobre como usá-lo: ele exerce seu efeito, irradia e ajuda para fora e além de nós. Não se deve jamais perder essa fé, é preciso simplesmente (e se não fosse nada mais) resistir nela!" Obrigada fjmjr por ter me apresentado tão nobre reflexão! E que todos possamos encontrar amor assim para soltar os gatinhos que carregamos em caixinhas de pardais.


4 comentários:

  1. Também agradeço a você e às suas observações... pena que poucos têm consciência das irradiações do Amor que se aproximam... mas tenha certeza que as palavras que você posta também podem brotar e transformar "quem deseja ser realmente transformado". Gosto de dizer que um homem pode mudar muitas vidas, pois realmente mudamos o mundo a partir de nosso coração. F.

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  2. F. é pena sim! Como aquela hitorinha sobre o sol dar um show para platéia nenhuma ao nascer... Sorte de quem está prestando atenção! Você tem sorte de saber que mudamos o mundo a partir do nosso coração. Eu mesma, demorei muito para entender isso! E finalmente aprendi que só mudamos o mundo quando temos coragem de mudar a nós mesmos. Enfim, é bom saber que não é só a frase no seu perfil que está em sintonia com o blog. Obrigada pelo elogio, é bom saber que desabafos advindos de confrontos e dilemas internos possam ser sementes de coisas boas! E continuemos caminhando.

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  3. É verdade, Erica. Temos de transformar a nós mesmos... essa é nossa obrigação. Afinal, somos os guardiões de nossos próprios destinos... temos de deixar desmoronar todo o antigo dentro de nós mesmos para que surja o novo... nesse processo, a sintonia é muito importante e sei que você entende exatamente o que eu estou dizendo. Bem, não quero me prolongar... Continuemos caminhando, como você disse, e em sintonia com a Solenidade que se aproxima. Abs., F.

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  4. Eu sei sim, F! E fiquei tão feliz de você não ser, como eu supunha, um total desconhecido acompanhando o blog... imagino que já estivemos presentes no mesmo lugar algum dia. Talvez seja inadequado dizer mais a respeito neste espaço de comentários públicos...Então, gostaria de desejar que as irradiações desta Solenidade lhe tragam muitas coisas boas!Abs., E.

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