quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

Ainda, os pássaros

Meio que o filme do qual falei no post anterior continua a me fazer pensar... Não só o filme como várias das coisas que vivencio nestes dias. Para mim é bem claro entender que existe uma energia que nos envolve a todos, e que precisa circular e se movimentar para manter-se ativa e benéfica. Daí que é tão importante o conceito de troca! O "dar e receber" que vimos no filme O Visitante e que vemos, a todo momento, em qualquer instância da vida...

Assim, observamos que nossa atuação é capaz de transformar tudo ao nosso redor. O modo como lidamos com essa "energia cósmica" ou qual seja o nome que tenha, é sim capaz de transformar o ambiente que nos circunda e daí que justamente por isso, deveríamos aprender (ASAP) a nos sentirmos plenamente responsáveis por nossa atuação.

Se aprendêssemos desde cedo que a vida se constitui a partir de dinâmicas de troca, muitos males não existiriam! Li de um texto muito bom a seguinte frase:

"Se você quer saber como as energias reagem umas às outras, observe a natureza. O pássaro acorda na manhã sem alimento. Cada dia deve obter a sua própria subsistência. A cada dia ele deve sair e encontrar o alimento para si e seus filhotes.
E o que o pássaro faz quando desperta?
Preocupa-se? Não, simplesmente canta e age!"

Nós, seres humanos, pelo contrário aprendemos a guardar, a estocar, a criar uma zona de conforto que nos impede de ser como o pássaro. Nossa obsessão por controle nos embota ao ponto de deixarmos de enxergar com clareza a dinâmica simples que há entre nós e a energia vital. Assim começamos a fazer com que a energia fique estagnada, por medo. E por estarmos todos interligados, isso é uma reação em cadeia. E  porque o medo se instalou nos corações de todos nós, começamos a nos odiar. Afinal estamos concorrendo agora. Quem consegue acumular mais energia?! 

A singeleza do pássaro não nos pode cativar mais. Estamos ocupados, acumulando. Tentando ser mais poderosos que o vizinho, que o rival. Se nos soltássemos um pouco?! Cairíamos?! Não conseguimos mais confiar que se soltássemos um pouco seríamos salvos. Algo aconteceria... Talvez sejamos capazes de intuir isso, mas ainda não confiamos. Continuamos com medo e portanto, com ódio.

Não sabemos mais da responsabilidade que temos e nos abrigamos nos álibis que habilmente construímos. Sofremos na esperança de redirmir-nos. Mas adivinhe só: o sofrimento, que é álibi, entorpece ainda mais nossa consciência. Sofrimento em excesso embota. Nos paralisa. Seguimos segurando aquele fiapo de energia que conseguimos reter. Cansados, amedrontados e raivosos.

Muitos estamos sofrendo, tentando alcançar um equilíbrio ideal. Mas não fazemos idéia da harmonia que devemos manter em nossas trocas para que este equilíbrio seja atingido... Parece óbvio que assim é quase impossível ficar em paz. Parece patético almejar a liberdade ao mesmo tempo em que cingimos os grilhões das prisões que inventamos. E parece absurdo que ainda não conseguimos vislumbrar uma forma de deixar de nos agrilhoar assim!

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