quarta-feira, 21 de janeiro de 2009

Don't look back in anger

Este post aqui vai para quem me perguntou sobre o perdão. Sim, porque me perguntaram: "E o perdão?!"... e por isso, é do perdão que eu vou falar! Se tivessem perguntado para o inspirado poeta libanês Khalil Gibran ele teria dito: "Não podes impor o remorso ao inocente, nem arrancá-lo do coração do culpado."

Assim é com o perdão, não se pode dá-lo a quem não o pediu!

Quando você é magoado, pode decidir guardar e remoer aquela mágoa ou pode decidir seguir em frente e não pensar mais nisso. O que é perigoso, pois ela pode ficar ali escondida sussurrando cânceres para o seu corpo. Sendo assim, imagino que o perdão seja muito mais uma atitude para consigo mesmo do que para com o causador de determinada situação.

Antes de continuar é preciso que fique claro, que uso a palavra "mágoa" em sentido amplo, querendo significar qualquer sentimento que pese o suficiente para gerar a necessidade do perdão. É fácil perdoar o que não cabe nem participa mais do nosso cotidiano... o que já ficou no passado e não nos oprime mais. Mas é díficil tentar estabelecer uma nova forma de se relacionar após a mágoa e mesmo após o perdão.

Isso fica claro na seguinte citação de Nietzsche: "O que me entristece não é que tenha mentido, senão que já nunca mais poderei confiar em você”. Assim sendo, qualquer atitude que implique, em última instância, em perdão; implica da mesma forma em rompimento. Mesmo que se queira continuar pregando à cara as antigas máscaras, não há como não romper com algo em si mesmo.

Aí vai mais uma citação, desta vez do psicólogo americano Fred Luskin, "Perdoar não é ser condescendente com a grosseria do outro ou se reconciliar com alguém que você não quer mais como parceiro". E eu completo: Perdoar não é esquecer, mas também não é lembrar. É o que fica no meio disso. É a paz que se encontra quando se sabe exatamente quantos passos se pode dar em direção ao outro. E esta paz provém da súbita capacidade que acomete quem realmente sabe perdoar: a capacidade de enxergar não apenas a distância entre dois seres, mas se há um abismo ou se há uma ponte entre eles dois!

E é claro que não quero parecer intransigente ou alguem que exige demais dos outros. Não é uma intolerância dizer tudo isso, porque essa paz que falei só pode ser alcançada depois de cair no abismo e sair de lá por várias e várias vezes! Até que você aprende que perdoar não é uma coisa que você faz pelos outros, mas faz por si mesmo. Para ficar bem e seguir em frente!!!

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