segunda-feira, 25 de outubro de 2010

A Lenda dos Guardiões

Assista ao trailer aqui
Depois de séculos finalmente fui ao cinema! Tá certo que pra assistir um filme infantil, mas saí de lá surpreendida! Primeiro que era de uma profundidade muito grande para ser classificado simplesmente como infantil. Alguns críticos disseram que é tudo clichê, mas I don't care, amo boas histórias que contam sobre ideais e sobre valores como honra, fidelidade e nobreza. Se o propósito do filme é mostrar a luta entre bem e mal, prefiro que o bem vença mesmo que seja um clichê! Os críticos são mesmo cruéis, mas não entendo como um épico pode fugir a conceitos arquetípicos... Todos já sabem o que acontece, mas acho que o objetivo dos épicos não é surpreender ninguém com ineditismos, e sim nos lembrar mais uma vez que o bem é maior que o mal, que a luz é mais forte que a escuridão... são histórias pra alentar a alma! O que faríamos sem elas?

Fiquei surpresa porque esperava um filme infantil e assisti a uma história com alto poder formador que não corrompe o humor das crianças com ironias e sarcasmos que elas nem entendem anyway! Isso é raro de se ver hoje em dia e portanto louvável, na minha opinião.

Enfim, "A lenda dos guardiões" é um filme sobre a intuição. E sobre a escolha de deixar a vida ser conduzida por princípios ou pelo medo.  Conta a história de dois irmãos, Soren e Kludd, suindaras que passaram a infância ouvindo do pai as histórias dos guardiões de Ga'hoole, corujas nobres que no passado defenderam todo o reino de um cruel destino. Soren ama e  encena estas histórias para a irmãzinha Eglantine enquanto Kludd, pensa que tudo não passa de uma grande bobagem e um enorme tédio! Certo dia, os dois caem do ninho e são sequestrados por corujas que os levam a um lugar sombrio e inóspito, onde transformam os filhotes sequestrados de tytos-alba em soldados, pois são uma espécie superior. As demais espécies sofrem um tipo de lavagem cerebral e tornam-se coletoras de um material encontrado nas partículas regurgitadas pelas corujas para a construção do que parece ser uma "arma nuclear" que destruirá os guardiões e ajudará estas corujas sinistras a usurpar o reino.

Embora Soren possa ser um soldado, ele escolhe ficar junto com os coletores para defender uma nova amiga que fez no cativeiro. Já Kludd, sente-se envaidecido por pertencer a uma raça superior e torna-se o soldado (nazista) exemplar. Soren e Gylfie (a corujinha-duende, sua amiga) não se deixam hipnotizar e são auxiliados por um soldado cansado das vilanias dos Puros (as corujas nazistas), que os incumbe de atravessar o mar que os levaria até Ga'hoole e contar aos Guardiões tudo o que se passava naquele estranho local.

À medida que a trama avança, e Soren finalmente encontra os Guardiões, ele também encontra dentro de si mesmo todos os valores nobres e elevados que encenava em suas brincadeiras e torna-se o grande herói da história! Kludd, torna-se cada vez mais corrupto e inebriado pelo poder prometido pelos Puros. E os dois irmãos tornam-se assim os grandes exemplos antagônicos que representam a humildade que confia na própria intuição (as moelas, mencionadas na história) e se mantém fiel aos seus valores mesmo em face das piores ameaças e a arrogância que por medo, coloca o ego acima do bem e do mal e é capaz de cometer os mais absurdos atos justificando-os com sua sofismática superioridade.

O apelo visual do filme é belíssimo, porque a coruja já é um pássaro cativante e enigmático, que parece guardar mesmo a sabedoria de um outro mundo! E a animação as caracteriza com tal sutileza de detalhes que é mesmo impressionante! Ainda mais em 3D. A trilha sonora também é grandiosa e muito bem executada. Se o filme tem falhas de roteiro, se o diretor perde a mãe às vezes, deixa pra lá. O que gostei mesmo foi de ver que as crianças também podem contar alguma profundidade nas histórias que consomem, pois hoje em dia há cada vez menos opções assim. O filme é baseados nos três primeiros livros da autora  Kathryn Lasky , que também espero ler em breve!


3 comentários:

  1. Erica!!!!
    Amei o filme também,acho que esta faltando esse ato de bravuras e união nas pessoas de hoje.
    Abrs.
    Sueli.

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  2. Sueli, acho que antes falta as pessoas acreditarem que atos de bravura e união ainda valem a pena. Se pudessem acreditar nisso já seria uma grande mudança. Hoje as pessoas acreditam em cada coisa sem sentido... uma pena que nos tornamos assim...

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  3. Muitas pessoas acreditam em só propositos,mas por causa disso,não são bondosas e muito menos generosas,não acreditam em atos de bravura e honra,mas deviam acreditar,e é disso que o filme fala que tem que acretiar em si mesmo.

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