segunda-feira, 27 de setembro de 2010

Spring cleaning


Estou feliz porque, com a ajuda da minha salvesalve mãe que entende tudo sobre os verde seres autótrofos, agora tenho um jardim para minha filha dizer "bom dia, florzinhas!" e brincar de menina-do-dedo-verde. Foi assim que comemoramos a primavera: plantando um jardinzinho lindo de azaléias, flores da família das ericáceas que são reconhecidamente resistentes e estão floridas mesmo quando as condições são adversas, nos lembrando que a vida pode continuar bonita mesmo quando as circunstâncias não são lá grande coisa. Afinal circunstâncias são circunstanciais e com o perdão da redundância, podem mudar a qualquer instante. O que não pode mudar é nossa disposição para com a vida... assim como as azaléias devemos continuar florindo, admirando a beleza, defendendo a verdade, venerando a nobreza*... o resto é o resto!

As azaléias trouxeram ótimas reflexões! Se olhassêmos para a natureza com mais frequencia, com certeza não nos deixaríamos abater com facilidade. Vale muito mais arregaçar as mangas e plantar um jardim por exemplo, do que malbaratar o tempo cultivando pensamentos tristes, invejosos e ressentidos! As azaléias que vieram morar conosco ensinam lições tão óbvias que vale a pena repetir, porque são estas que esquecemos primeiro!

Se não cuidarmos, se não estivermos despertos, o cotidiano passa a ser uma série de ações mecânicas, automáticas, despidas de alma alguma. Daí nos tornamos vulneráveis e alvo certeiro de pensamentos sombrios. Quando vemos, nem queremos mais levantar da cama. Nos perguntamos: para que enfeitar com flores a casa? Para que olhar o céu? até esquecer de lembrar que coisas como flores e o céu existem. Tudo é cinza e nada está bom! Reclamamos como disco arranhado cobrando de todos o que achamos que a vida nos ficou devendo. Mas se você planta um jardim, tudo muda. Não se pode mais ver o mundo sob o filtro de uma paleta esmaecida se você está cultivando um jardim! Os pensamentos sombrios fazem ricochete na alma de quem planta um jardim! Como a infelicidade poderia penetrar a alma de quem mantém um jardim??? 

Mas atentem que não basta comprar um jardim e colocar lá não! É preciso, antes, jogar um monte de coisa fora para começar a semear e cultivar um jardim. É preciso doar-se, dizer todo dia "bom dia, florzinhas"  e desejar que elas sejam felizes moradoras da sua casa.

*Admira a beleza,
Defende a verdade,
Venera a nobreza,
Escolhe a bondade!
Assim é que o homem
Será conduzido,
Às metas na vida;
Aos retos caminhos
Na hora em que age:
À paz, quando sente;
À luz, quando pensa;
E aprende a confiar na
Regência divina
De tudo o que há
No vasto cosmo,
No fundo d 'alma.



Rudolf Steiner          

segunda-feira, 20 de setembro de 2010

Do medo quero arrancar o domínio e dá-lo ao amor

Me desculpem os leitores que entram aqui e faz tempo não encontram nenhuma novidade! Sem tempo pra escrever demais... e até sem assunto também. Estou tentando praticar o silêncio que o dr. Deepak Chopra recomenda para quem quiser alcançar o espaço de auto-referência - aquele lugar onde se confronta o Eu essencial. Tarefa um pouco difícil, mas vamos lá... De qualquer modo, queria compartilhar um texto recem-descoberto, que me inspirou imenso!!!

FORJANDO A ARMADURA

“Nego-me a submeter- me ao medo

Que me tira a alegria de minha liberdade

Que não me deixa arriscar nada
Que me torna pequeno e mesquinho
Que me amarra
Que não me deixa ser direto e franco
Que me persegue, que ocupa negativamente minha imaginação
Que sempre pinta visões sombrias
No entanto não quero levantar barricas por medo do medo
Eu quero viver, e não quero encerrar-me
Não quero ser amigável por ter medo de ser sincero
Quero pisar firme porque estou seguro e não para encobrir meu medo
E quando me calo, quero fazê-lo por amor
E não por temer as conseqüências de minhas palavras
Não quero acreditar em algo só pelo medo de não acreditar
Não quero filosofar por medo de que algo possa atingir-me de perto
Não quero dobrar-me, só porque tenho medo de não ser amável
Não quero impor algo aos outros pelo medo de que possam impor algo a mim
Por medo de errar, não quero tornar-me inativo
Não quero fugir de volta para o velho, o inaceitável
Por medo de não me sentir seguro no novo
Não quero fazer-me de importante por temer que, do contrário, seria ignorado
Por convicção e amor, quero fazer o que faço
E deixar de fazer o que deixo de fazer
Do medo quero arrancar o domínio e dá-lo ao amor
E quero crer no reino que existe em mim.”

Rudolf Steiner