segunda-feira, 19 de outubro de 2009

O lado cheio do copo



Ok! Sem muito tempo para articular elocubrações muito complexas, queria voltar ao propósito primordial deste blog (aquele que diz .. mais do que isso, você vai encontrar um palco onde ouvir a voz dos que desejam contribuir com a mudança...) para compartilhar a história desse Tião Rocha que apareceu no Globo Rural há alguns domingos atrás...

Um homem que descobriu que entre o conhecimento e as pessoas só precisa haver a sombra de uma árvore. O exemplo perfeito de sustentabilidade que todos buscam hoje em dia... Educação integrada à natureza. É poesia do começo ao fim essa reportagem. Eu fiquei especialmente emocionada quando ele lança seu próprio conceito de Indice de Desenvolvimento Humano, falando sobre o lado luminoso das coisas! Luz é energia, movimento e portanto, transformação. Tão simples que dá vontade de chorar. Igual aquela música que diz que você é capaz de mudar o mundo apenas com suas duas mãos... É mesmo!

quarta-feira, 7 de outubro de 2009

If less is more, how you keeping score?


"As coisas têm peso, massa, volume, tamanho, tempo, forma, cor, posição, textura, duração,
densidade, cheiro, valor, consistência, profundidade, contorno, temperatura, função,
aparência, preço, des-tino, idade, sentido. As coisas não têm paz".

Arnaldo Antunes (valeu Eloua)

É possível viver bem com pouco?! É justo vivermos reclamando de que precisamos de mais para viver melhor? A revista Época, em dezembro do ano passado, publicou uma matéria em que traça um panorama histórico da mania humana de acumular bens de consumo e os caminhos alternativos que muitas pessoas estão tomando. Vale a pena ler, e quem não leu na "época" em que foi publicada, pode ler aqui.

Hoje eu fiquei viajando pelos pensamentos do Mário Sérgio Cortella, que fala de como estamos criando para nossos filhos um mundo sem futuro enquanto criamos crianças sem paciência de esperar o processo natural das coisas; viajei pelas poéticas do arnaldo antunes, de quem minha irmã é fã e sempre posta trechos como essa citação do começo; lembrei-me da vida sustentável que John Seymour ensinou em seus guias práticos e de como estamos longe de sermos auto suficientes porque é tão mais fácil comprar tudo prontinho nas lojas; me lembrei da letra que o Eddie Vedder compôs para o Into the Wild, lembram? Temos uma cobiça, com a qual todos estamos de acordo. E você pensa que tem que querer mais do que precisa. Até que tenha tudo não poderá ser livre...

Uma coisa levou a outra até que achei esse artigo da Época, e esse blog desse cara que está se desfazendo das coisas que possui... ou que o possuem! Por que insistimos em possuir coisas?! Em ser donos do que não usamos só pra construir determinada identidade que queremos. É dica demais para um dia só, não acham, todas essas pessoas dizendo a mesma coisa?

Nós caímos tão facilmente na armadilha de achar que nossa identidade está vinculada ao que consumimos. Somos o que vestimos, os lugares que frequentamos, as marcas que escolhemos...

A Época diz que o celular é o ícone de consumo dos tempo atuais! Não é só porquê dá status ter um iphone, mas porquê ele nos possibilita continuar comprando e consumindo! Dia desses assisti um documentário que mostrava a situação aterradora da República Democrática do Congo: aquele caos africano não é acidental. Muito ao contrário, é causado propositadamente pois em um país imerso em confusão e guerras civis é fácil subtrair clandestinamente suas riquezas naturais. O Congo é rico em coltan, um minério raríssimo usado na fabricação de celulares!!! Será que as pessoas se importariam de trocar de celular a cada 3 dias se soubessem quanta miséria humana cabe naqueles poucos centímetros com toques polifônicos?